Resumo:
- Empresas precisam ser ágeis para lidar com mudanças na inovação e tecnologia.
- Inovação não deve ser vista como um processo isolado, mas sim como parte da estratégia da empresa.
- As empresas devem estar abertas a colaborar com startups e outras empresas para inovar.
- A criação de uma cultura de inovação é fundamental, com incentivos e reconhecimento para ideias criativas.
- A liderança é fundamental na promoção da inovação e na criação de uma visão clara e ambiciosa para a empresa.
- A medição de resultados e a aprendizagem contínua são cruciais para o sucesso da inovação.
No ambiente de negócios de hoje, a inovação não é apenas inevitável, é necessária para que as companhias consigam manter uma vantagem competitiva frente aos concorrentes.
Mas o sucesso de implementação de uma mudança – um novo processo, tecnologia ou se adequar a uma regulamentação – depende de como os colaboradores entendem, engajam e adotam a inovação sugerida pela gestão.
Para gerenciar bem a inovação, é preciso ter informação de qualidade. É preciso comparar a sua realidade com outros cases de sucesso e conhecer as boas práticas do mercado.
Visando suprir essa lacuna de informação, a consultoria holandesa KPMG lançou o Benchmarking Innovation Impact 2020.
O relatório – feito em parceria com a Innovation Leader e que está em sua segunda edição – traz resultados de pesquisas e análises sobre o que os líderes de inovação estão (e não estão) fazendo hoje.
Soma ainda perspectivas e insights, baseadas na realidade da própria KPMG, na aplicação dos processos em seus clientes, além de uma série de entrevistas com líderes de inovação, que contam os desafios que enfrentaram.
Você pode fazer o download do estudo na íntegra neste link. Abaixo, a SENNO fez um compilado das informações mais importantes.
Índice
Maior confiança na inovação
Os números da pesquisa mostram que há entre os executivos uma maior confiança que a inovação – e a gestão assertiva da inovação – devem trazer bons resultados para as corporações em longo prazo.
Dentre os 200 entrevistados, entre eles líderes da área ou responsáveis pelo setor de pesquisa e desenvolvimento, cerca de 56% acreditam que sua empresa vai investir mais em inovação em 2020, quando comparado a 2019. E 42% deles aumentaram a confiança de que estratégia e o investimento em inovação permitem que sua empresa permaneça competitiva.
Das organizações que participaram da pesquisa, cerca de metade oferece algum tipo de reconhecimento ou prêmio pela participação em atividades de inovação. E a métrica mais comum usada para programas de inovação é a receita gerada, com 58% dos entrevistados usando este KPI para avaliar o impacto.
Para 61% dos entrevistados, o maior desafio encontrado para escalar a inovação é dar prioridade para estas iniciativas frente aos demais projetos da organização. A segunda maior dificuldade é mudar uma cultura empresarial antiquada, presa a processos ultrapassados, de acordo com 59% dos executivos.
“Uma chave para a longevidade e o impacto das equipes de inovação em qualquer setor é que elas encontram maneiras de colaborar com outras partes da organização”, diz Scott Kirsner, CEO e cofundador da Innovation Leader. “Criar aliados e apoiadores é fundamental, porque sempre há conflitos internos e debates sobre recursos nos quais você precisa trabalhar”.
Outro dado que chama a atenção é que as organizações estão cada vez mais integrando esforços de inovação com a estratégia. As empresas com processos de inovação mais maduros eram significativamente mais propensas a ter atividades de inovação integradas ou colaborando com sua estratégia do que a média geral (81% x 56%). Isso significa que estas empresas têm a oportunidade de desenvolver as estratégias e abordagens certas para escalar com sucesso a inovação, alinhando este processo com outros departamentos.
Saiba quais são as recomendações e previsões da KPMG. Recomende ainda a leitura para seus colegas de trabalho e parceiros. O material conta com dados, cases de sucesso e pode ser fonte de inspiração para organizações que estão iniciando sua estratégia de inovação.
Crie uma estratégia de base
O relatório da KPMG segue uma estrutura parecida com o famoso ciclo PDCA. Ou seja, a antiga metodologia de gestão recomenda Planejar, Fazer, Verificar e Ajustar, bem ao estilo data driven.
Adaptada ao contexto da inovação, o Planejar mostra que é necessária a integração das iniciativas de inovação com o planejamento estratégico. A consultoria mostra que as organizações estão procurando maneiras de provar o valor estratégico da inovação para obter os recursos adequados.
Outro dado importante é que o investimento em inovação está focado na inovação adjacente e transformacional. E que as empresas estão se afastando da proporção mais aceita, que é investir 70% dos esforços em inovação incremental, 20% em adjacente e 10% em transformacional.
Atualmente, cerca de 52% das iniciativas de inovação estão focadas em atividades adjacentes e transformacionais. E essa mudança aumenta para quase 60% para inovação adjacente e transformacional nas empresas consideradas modelos. Isso indica que estas organizações estão alocando recursos para novos modelos e serviços de negócios mais ambiciosos.
Financie adequadamente a inovação
De acordo com a KPMG, a maioria dos esforços de inovação ainda são tímidos. A maior parte das empresas ainda está criando esforços e iniciativas como laboratórios de inovação, programas de capital de risco ou criando ecossistemas abertos, quando a inovação é gerada em parceria com colaboradores externos.
A pesquisa traz números interessantes. Cerca 43% dos programas relacionados com a inovação têm menos do que dez colaboradores dedicados integralmente.
E quase 60% dos executivos disseram que a própria criação do programa é vista como uma evolução. Um deles disse que “criar uma estrutura para organizar o caos é a única coisa fizemos que teve algum impacto.”
Ou seja, uma recomendação da KPMG é criar instrumentos para financiar a inovação, dando recursos, ferramentas e pessoal para que este investimento faça sentido.
Estes projetos podem ter um centro de custo próprio, conter verbas diretas do orçamento anual da empresa ou mesmo um modelo de financiamento híbrido. Neste, o financiamento dos projetos é específico para o time de inovação, mas os custos operacionais integram o orçamento geral.
Cerca de 40% dos entrevistados citam a falta de orçamento como um obstáculo ao sucesso de seus programas de inovação.
Neste sentido, os diretores financeiros devem ajudar a criar estratégias que vão além das medidas financeiras tradicionais, incluindo a criação de um portfólio de inovação. Assim é possível equilibrar as necessidades dos negócios atuais com investimentos de longo prazo.
Fique atento a cultura da empresa
Os conflitos internos e culturais podem ser os principais inimigos da inovação. Por isso, a empresa deve alinhar bem o público interno sobre a importância estratégica da inovação.
Tanto que o report da KPMG cita que a política, os jogos de interesse e a cultura corporativa avessa à inovação foram os principais obstáculos citados em 2019. Esses motivos também estavam no topo da lista na pesquisa realizada em 2018.
Uma das maneiras dos times envolvidos em inovação conseguirem driblar este problema e mostra seu valor, de acordo com o relatório, é abraçar processos ágeis e criar formas de testar a sua ideia de maneira barata e rápida.
“Os times de inovação vão conseguir provar o seu valor desenvolvendo a capacidade de experimentar e capturar aprendizagens mais rapidamente com o menor custo possível. A capacidade de testar, aprender e iterar foi mencionada como um dos fatores-chaves para o sucesso da inovação em suas companhias”, sentencia o relatório da KPMG.
Entre as empresas consideradas modelos, a aprendizagens e insights gerados são a principal métrica não financeira que estão nos seus relatórios de impacto. Nestes casos, quando se testa a validade de uma ideia, consegue-se capturar dados que vão ajudar a atrair mais financiamento e apoio da organização.
Mas, de acordo com benchmark, analisar as tendências do mercado e gerar insights pode não ser o suficiente. É preciso reagir rapidamente às mudanças no mercado que podem afetar seu crescimento e rentabilidade a longo prazo.
A pesquisa mostra que apenas 15% das empresas conseguem “captar sinais de mudança” relevantes para o seu negócio. Já 42% dos executivos se dizem incapazes de criar ações – mesmo que pontuais – para responder aos sinais.
Meça o impacto e sucesso da inovação
O mestre da administração Peter Drucker já disse que ninguém consegue gerir o que não consegue medir.
Ou seja, o caminho para o sucesso é executar uma estratégia com perfeição e ainda controlar como são feitas as atividades. A máxima vale para todos os departamentos, mais é recado mais do que especial para os times de inovação. Mas parece que estas equipes ainda não entenderam o recado.
“As métricas são uma obrigação. Um quarto dos entrevistados não rastreia nenhuma métrica financeira; esse número cai, no entanto, à medida que as empresas se movem para um estágio mais sofisticado de inovação”.
Outro dado que corrobora essa questão é que apenas 33% das empresas modelos estão acompanhando a taxa interna de retorno do projeto. E de maneira geral, 85% das companhias estão rastreando o valor financeiro que a empresa está trazendo por meio de seus esforços inovadores, mas elas não conseguem vincular esse dinheiro a um projeto específico.
Por fim, uma dica interessante da KPMG. “Para times de inovação que esperam obter grandes resultados, vale a pena considerar novos tipos de incentivos, incluindo recompensas”. Das empresas entrevistadas, 51,2% oferecem algum tipo incentivo como folga para trabalhar em um projeto, financiamento ou participação acionária, ao passo que 34,3% ainda não adotam essas práticas.
Conclusão
Chegando ao fim do post é possível sintetizar as recomendações da KPMG. É preciso ter uma estratégia clara de inovação, dar apoio e financiamento adequado a estes projetos e ainda medir de maneira adequada seus esforços em inovação. Isso sem esquecer de contar com as pessoas certas. Cerca de 41% dos entrevistados estão com dificuldade para recrutar talentos com as qualificações desejadas.
Mas neste ambiente volátil e instável, é provável que o maior desafio seja manter a atividade de inovação e o investimento estável para que ela produza resultados. A chairman and CEO da KPMG, Lynne Doughtie, assina uma carta ao fim do paper reforçando a importância de completar um ciclo de inovação.
“Vivemos em um mundo onde ter uma agenda de inovação é fundamental para o sucesso. Mas a inovação deve ser mais do que um clichê. Para ter significado e ser traduzida em ações, precisa de estrutura e processo. A inovação é sobre antecipar o futuro. Como líderes em inovação, estamos analisando o horizonte em busca de tendências e ideias que vão moldar o mundo de amanhã. De tempos em tempos, no entanto, é útil olhar para dentro, para avaliar onde estivemos e o que aprendemos em nossa jornada de inovação”, conclui a executiva.
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- Leia ainda o estudo da KPMG Benchmarking Innovation Impact 2020.