Resumo

  • A matriz SWOT é uma ferramenta popular e versátil de planejamento estratégico.
  • Pode ser usada para encontrar uma vantagem competitiva ou sistematizar um planejamento corporativo.
  • É uma avaliação de pontos fortes e fracos da organização, fornecendo novas perspectivas sobre a empresa e seus negócios.

A matriz SWOT (em português, ela é conhecida como FOFA) representa as iniciais de strengths (forças), weakness (fraquezas), opportunities (oportunidades) e threats (ameaças). 

Essa análise permite compreender mais profundamente o que o projeto ou a organização pode oferecer, bem como as fraquezas a serem trabalhadas e onde trazer parcerias externas para auxiliar a instituição.

A interação se dá pela análise de forças e fraquezas (ambiente interno) e de ameaças e oportunidades (ambiente externo).

Ao realizar uma análise SWOT, uma organização consegue visualizar alguns padrões que podem impulsionar mudanças importantes no seu modelo de negócio futuro.

Por sua popularidade e versatilidade, é uma ótima atividade para compreender essas relações e construir planos de ação para fortalecer a posição da organização.

Por que usar a análise SWOT?

Crédito: método SENNO

A análise SWOT pode ser usada para construir uma estratégia organizacional, para uma empresa encontrar uma vantagem competitiva, ao combinar pontos fortes com as oportunidades, para sistematizar um planejamento corporativo ou mesmo para desenhar novas campanhas e ações de marketing.

Essa matriz gera uma boa arquitetura para avaliar as atuais estratégias e direções da empresa, ao serem organizadas em quatro eixos. A partir dessa análise, consegue-se identificar e mapear os fatores internos e externos que ajudam (ou prejudicam) no alcance dos objetivos. 

Pode ser utilizada para uma organização inteira ou departamentos individuais e até mesmo para realizar testes de uma ideia ou de um novo negócio, buscando soluções antes do início do projeto.

Organizações já estabelecidas devem usar a matriz SWOT para revisar o posicionamento estratégico e analisar oportunidades existentes para o portfólio de inovações.

A matriz SWOT deve ser utilizada também para responder a tendências emergentes e implementação de novas tecnologias, além de analisar respostas às mudanças no ambiente competitivo. 

Para novos negócios, ela tem um propósito mais analítico, já que os aspectos internos ainda não existem, sendo necessário validar como hipóteses todas as premissas levantadas pelo SWOT.

Um pouco de história

O consultor Albert S. Humphrey desenvolveu a técnica de análise SWOT enquanto trabalhava em Stanford
Crédito: Wikipedia

O consultor americano Albert S. Humphrey desenvolveu a técnica de análise enquanto trabalhava para o Stanford Research Institute. Durante os anos de 1960 e 1970, foi responsável pelo ‘Seminário Executivo Internacional em Planejamento de Negócios’, criando inicialmente o método de planejamento SOFT, que mais tarde se popularizou como SWOT. 

Formado em engenharia química, com mestrado em administração por Harvard, o pesquisador se especializou em gestão organizacional e mudança cultural, trabalhando para mais de 100 empresas em países como o Reino Unido, EUA, México, França, Suíça, Alemanha, Noruega e Dinamarca.

Ainda em Stanford, ele criou o programa de formação Stakeholder Concept, que depois foi renomeado para TAM (Team, Action, Management). Foi ainda diretor de operações europeias do National Bureau of Certified Consultants nos Estados Unidos.

Como a análise SWOT funciona na prática?

Confira a matriz SWOT criada pelo time da SENNO
Confira a matriz SWOT criada pelo time da SENNO

A análise SWOT é uma avaliação de seus pontos fortes e fracos, fornecendo novas perspectivas sobre a empresa e seus negócios. Ela permite ter uma visão de como maximizar o que se tem de bom, lidar com as suas limitações, investir em algumas áreas ou mesmo evitar riscos.

Para empresas nascentes, esse documento serve como parte integrante do plano de negócios, sendo uma validação necessária para iniciar o projeto. E como toda ferramenta de planejamento estratégico, deve ser revisada regularmente, para que se adicione novos elementos ao documento original. 

Para que uma análise SWOT seja eficaz, ela deve ter informações completas, precisas e imparciais. O seu escopo deve contemplar uma visão geral da organização e dos negócios, sendo recomendado envolver colaboradores de diferentes áreas ou departamentos da organização, pois esses participantes vão trazer novas perspectivas que devem ser analisadas.

Veja como implementamos a técnica no método SENNO

A matriz SWOT deve ser preenchida com base em uma reflexão sobre o que foi inserido no Canvas de modelo de negócios e no exercício das Cincos Forças de Porter

Os aspectos externos (oportunidades e ameaças) podem ser preenchidos com base nas análises Pestel e Porter ou em demais fontes de informações, como relatórios de tendências e pesquisas setoriais. 

Para cada aspecto interno (forças e fraquezas), comece com questionamentos amplos do que a empresa possui; depois, das perspectivas mais específicas, como recursos, tecnologia e reputação. 

Dê um tempo para que cada participante da atividade preencha os fatores que consideram mais importantes. 

Disponha os fatores escolhidos por cada participante em seus respectivos quadrantes no SWOT. 

Solicite que cada um vote categorizando a importância dos fatores entre baixo, médio e alto. 

Com a análise completa, realize o cruzamento entre forças e oportunidades; assim como fraquezas e oportunidades.

Aspectos internos: as partes da análise influenciáveis

Forças

São os atributos positivos internos que você pode tirar proveito para gerar valor. As forças podem ser ativas (como talentos, infraestrutura, tecnologia e financiamento) ou intangíveis (como poder de barganha com fornecedores e processo de manufatura exclusivo). Veja mais na lista:

  • Especialidades
  • Know How
  • Produção de Conhecimento
  • Recursos próprios
  • Localização
  • Qualidade
  • Reputação
  • Flexibilidade (Preços, Distribuição)
  • Personalização

Fraquezas

São os atributos negativos internos que você deseja minimizar ou interromper. Elas podem ser reflexo das forças, alguma restrição de ativos ou elementos novos – como problemas de controle de qualidade. Leia mais abaixo:

  • Gargalos no processo
  • Falta de conhecimento/técnica
  • Problemas financeiros
  • Presença/Reputação no mercado
  • Falta de recursos humanos
  • Localização ruim
  • Problemas de gestão
  • Motivação/envolvimento dos funcionários

Aspectos externos: as partes da análise sobre as quais não há controle. 

Oportunidades

São atributos externos positivos que podem ser explorados para gerar valor com o projeto. Os mais importantes motores de oportunidades são as novas tecnologias, as mudanças de comportamento e as demandas de mercado. Confira mais na lista:

  • Aliança estratégica
  • Aquisições
  • Diversificação
  • Novas tendências favoráveis
  • Novos produtos e serviços
  • Novos nichos
  • Redução de custos
  • Melhorias logísticas
  • Novo design
  • Nova tecnologia
  • Materiais alternativos

Ameaças

São atributos externos negativos, que você deseja evitar ou minimizar. Podem ser reflexo das oportunidades ou dos elementos mais específicos do projeto – como encontrar um fornecedor. Saiba mais abaixo: 

  • Mudanças desfavoráveis em tendências
  • Perda de um cliente importante
  • Redução do mercado consumidor
  • Elevação dos custos fixos
  • Competidores aumentando a participação no mercado
  • Competidores lançando novos produtos
  • Mudanças em tecnologias
  • Sazonalidades
  • Novas regulações

Com a análise de cada quadrante do SWOT finalizada, podemos ainda cruzar as partes de maneira a pensar em estratégias para maximizar oportunidades e forças minimizando ameaças e fraquezas. Ao fim do processo, teremos uma rica visão das dimensões do ambiente que precisam ser levadas em conta para a escolha do foco estratégico. 

Um importante checklist da análise SWOT
Um importante checklist da análise SWOT

Dicas da SENNO para ser mais efetivo

Quando estiver realizando uma análise SWOT, tenha em mente que, para algumas pessoas, os fatores poderão ter perspectivas opostas. É comum que um mesmo fator seja uma força para alguns e fraqueza para outros. Ele pode até ser as duas coisas simultaneamente. Tente definir com clareza o fator e compará-lo aos competidores para diminuir as ambiguidades. 

Um exemplo disso é que a maior parte das mudanças externas pode representar tanto oportunidades como ameaças. A organização pode tentar realizar previsões do resultado esperado, mas deve levar em conta o tamanho da incerteza sobre o fator, sendo necessário validar as hipóteses conforme o desenvolvimento da inovação. 

É bom ainda construir estratégias alternativas quando estiver explorando as vantagens e as oportunidades ou estiver lidando com fraquezas e ameaças. Essas estratégias iniciais não precisam ser particularmente complexas ou robustas; mas é sempre interessante gerar novos caminhos possíveis.

Esse texto faz parte de uma série que publica conteúdos do manual do workshop Estratégia & Oportunidades. O texto está disponível gratuitamente para download. Além da análise SWOT, citamos técnicas de gestão como o Canvas de modelo de negócios, Porter e o Pestel

O nosso intuito com esse post é auxiliar as organizações a realizarem uma boa análise do ambiente, para que elas consigam compreender quais são as suas forças e fraquezas, bem como ameaças e oportunidades e transformá-las em projetos de inovação que contribuirão com os objetivos estratégicos da empresa. 

Se precisar de mais ajuda para implementar essas técnicas de análise do ambiente, fale conosco. Já aplicamos a nossa metodologia em diversas empresas, entendendo como funciona o ambiente em que a organização está inserida e ampliando as perspectivas dos participantes sobre o que deve ser feito para que a organização prospere.