Resumo:

  • A nossa metodologia apresenta seis etapas para a gestão da inovação.
  • O conteúdo começa pela identificação de oportunidades e problemas alinhados com os objetivos estratégicos da organização.
  • O método SENNO serve como uma forma de as organizações entenderem que o ciclo de inovação precisa progredir das oportunidades e ideias para a implementação.
  • Uma das vantagens é reduzir a incerteza e conectar o valor gerado à estratégia de inovação.

A maior parte de executivos não compreende o que é gestão da inovação. Isso ocorre por falta de conhecimento ou também pelo fato que o termo inovação se tornou uma palavra “da moda”, tornando-a desgastada.

Hoje em dia qualquer iniciativa de transformação digital ou investimento em tecnologia é considerado uma inovação, algo que não é necessariamente correto. 

Uma reportagem da revista Consumidor Moderno aponta este erro de interpretação e mostra “que muitas companhias se reposicionam como inovadoras, afirmando serem de tecnologia. Erro primário. As empresas inovadoras são as que dominam informação e aplicam no desenvolvimento de inovação”. 

Este cenário faz com que muitos gestores tenham aversão a palavra ou olhem para ela com desconfiança. Neste post, vamos simplificar alguns conceitos, para torná-los de mais fácil entendimento. O método SENNO traz insights interessantes que auxiliam organizações de todos os portes a criar uma Jornada de Inovação. O texto pode ser lido na íntegra e disponível gratuitamente neste link.

Vamos ainda abordar três cases de inovação que são muito próximos das pessoas. Com ele, concluímos que a inovação pode mudar modelos de negócios já estabelecidos, criar mercados ou áreas de atuação, que não eram explorados e até mesmo ajudar o meio ambiente. 

Vamos lá!

Inovação muda modelos de negócios

Entender uma oportunidade e implementá-la foi o que fez a Sabesp, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo. A empresa passou a comprar os dados dos equipamentos que medem a qualidade de água e transferiu para o fabricante a responsabilidade de mantê-los em funcionamento.

“Este modelo de negócio é inédito no mundo. No modo convencional, as empresas compram os equipamentos, ao invés de pagar apenas pelos dados e pelas análises. Com o projeto, a Sabesp foi considerada a 23ª empresa mais inovadora do Brasil pelo ranking WHOW de Inovação de julho de 2019”, afirma o Boletim AESabesp

A iniciativa, além de melhorar a gestão dos equipamentos e trazer redução de custo, traz um alerta importante. A gestão da inovação deve ser vista como um trabalho de um agricultor. Semear grandes ideias promissoras é só parte do processo. Se estas não forem sistematicamente nutridas para darem frutos e estes forem colhidos, teremos perdido todo o trabalho inicial, tornando o processo insustentável a longo prazo.

Da mesma forma, não podemos ficar apenas colhendo frutos de inovação, sem semear novas oportunidades e ideias. Se o fizer, uma organização corre o risco de não ter um fluxo de inovações capaz de sustentar a sua posição atual ou mesmo estar preparada para implementar novos modelos de negócios.

Maior projeto de smart cities da América Latina

Outro case de interesse público é da BHIP, concessionária de iluminação pública de Belo Horizonte. A empresa é fruto de uma mudança de ambiente político, quando foi firmada a Parceria Público-Privada (PPP) para administrar um contrato de 20 anos, com valores estimados em R$ 1,4 bilhão.

Desde 2017, a BHIP vem modernizando o parque de iluminação e instalando um sistema de telegestão, por meio de sensores de Internet das Coisas (IoT). Trata-se do maior projeto de smart cities da América Latina. A meta é substituir todos os 182 mil pontos de iluminação por lâmpadas de LED até o segundo semestre de 2020. 

Os resultados do projeto são financeiros e sociais. Com a tecnologia IoT, a BHIP faz manutenção preventiva das lâmpadas, que podem ser trocadas proativamente. Conseguiu também uma redução no consumo de energia, já que os postes acendem quando há movimentação ou não existe iluminação natural. A iniciativa contribui para a redução de acidentes noturnos, dos índices de criminalidade, além de melhorar a pegada de carbono da cidade. Leia mais no site da empresa.

Inovação ajuda o meio ambiente

Como mostra o projeto da BHIP, a tecnologia é uma importante aliada para ajudar o meio ambiente. E para chegar neste ponto, não é necessário gastar muito dinheiro. Um exemplo simples são as leis que estão proibindo a circulação de canudos plásticos em estabelecimentos comerciais. A cidade do Rio de Janeiro e o Estado de São Paulo já aprovaram legislações nesse sentido. 

De acordo com o site CicloVivo, “mais de 8 milhões de toneladas de resíduos vão parar nos oceanos anualmente e o canudinho plástico está entre os 10 materiais mais encontrados em praias e oceanos”. 

O portal – especializado em questões do meio ambiente – expõe diversas alternativas para evitar o uso de canudos de plástico, sendo possível encontrar substitutos em outros materiais como papel, silicone e vidro, além de palha e bambu ou mesmo beber diretamente no copo.

O método SENNO

Os três cases mostram que é possível aproveitar oportunidades e transformar elas em valor real para as pessoas. Mas muitas empresas estão em uma etapa anterior e necessitam entender o que é gestão da inovação. 

Pensando nisso, a SENNO oferece uma metodologia que apresenta os conceitos da gestão da inovação de maneira didática, a partir de seis estágios.

Eles servem como marcos do estado de maturidade da inovação e ajudam os grupos de inovação a planejarem os passos seguintes para alcançar o próximo estágio, até o fim do processo.

Cumprir os estágios não é uma garantia do sucesso das inovações. Eles funcionam, no entanto, como mecanismos para reduzir a incerteza ao redor delas, e conectar o valor gerado à estratégia de inovação da organização.

Os estágios também são uma forma da organização entender que o ciclo de inovação precisa progredir de oportunidades e ideias para sua implementação. 

Confira os estágios do método SENNO abaixo: 

1. Portfólio

O portfólio é o primeiro estágio do processo de inovação. Nele, identificamos oportunidades ou problemas importantes para os objetivos estratégicos da organização.

O portfólio de inovação consiste no cérebro das atividades de inovação. Ele auxilia os tomadores de decisão a gerenciar as múltiplas plataformas de inovação, permitindo uma análise de risco e a alocação ótima dos recursos, sempre escassos em qualquer organização.

Uma boa prática para o portfólio de inovações é balancear os diferentes tipos de inovação e os diferentes horizontes de tempo, otimizando os produtos e serviços existentes, ao mesmo tempo que busca desenvolver e explorar novos mercados e modelos de negócios que vão garantir o futuro da organização.

2. Plataforma

O estágio de plataforma é onde se reúnem informações adicionais relevantes para enquadrarmos cada oportunidade ou problema de inovação em um formato de desafio, alinhando os participantes para saberem como contribuir com soluções.

A plataforma é a fundação básica da inovação, a partir dela é que se inicia a exploração para a criação da inovação. Dentro da plataforma, reunimos diferentes participantes em um grupo, preferencialmente de múltiplas áreas, para contribuir com um objetivo em comum. O grupo é gerenciado por um ou mais moderadores que coordenam as atividades. 

A plataforma permite a imersão exploratória da oportunidade de inovação, funcionando como um aprendizado para os envolvidos no projeto entenderem com maior profundidade com que tipo de desafio estamos lidando. Visa principalmente entender e empatizar com o usuário final da inovação, pois entendemos que a perspectiva do usuário é o elemento central para gerarmos valor. 

Se ao final do processo, o usuário não ver utilidade ou enxergar valor no que for criado, não haverá demanda para a inovação. A partir deste entendimento bem estabelecido no estágio de plataforma, tornam-se mais tangíveis, os desafios-chave e as expectativas para os próximos estágios da inovação.

3. Ideia

No estágio de ideias se estimula que as equipes procurem soluções para a plataforma de inovação, usando técnicas criativas e de resolução de problemas que sejam relevantes ao desafio de inovação.

A partir do estágio de ideias, começamos a sair da definição do problema e oportunidade para explorar possíveis soluções. As ideias são a parte mais abstrata do processo de inovação, nela aproveitamos a curiosidade, criatividade e expertise dos agentes, para solucionar as necessidades e tarefas da inovação.

4. Conceito

Este estágio é um complemento ao estágio anterior, de ideias. Os conceitos iniciais facilitam a compreensão da lógica por trás das ideias e os mais avançados permitem que usemos um ou mais sentidos para interagir com a ideia, fornecendo feedbacks valiosos para aprimorar a solução.

Neste estágio, reunimos as informações e ideias do estágio anterior e as refinamos em modelos físicos e propostas de valor com hipóteses que possam ser testadas e validadas. 

O progresso do estágio depende da validação do conceito, muitas vezes sendo necessário reformular as premissas iniciais e retornar ao estágio de ideias, até surgir com um conceito sólido que tenha bons indícios de validação, em especial pela ótica da demanda do usuário.

5. Jornada

A jornada é o estágio em que passamos a realizar a implementação do conceito para torná-lo reproduzível e escalável. Dentro da jornada, temos o acompanhamento do projeto, por meio de suas atividades, milestones, entregáveis, cronogramas e orçamento.

A jornada marca o fim da etapa de front-end da inovação e adentra no back-end, onde há menos abstração e mais elementos tangíveis, mudando o foco da exploração conceitualizada para a implementação evolutiva da solução. Ou seja, é o estágio de criação de projetos pilotos e MVPs que, de acordo com o desempenho, são ajustados e escalados.

6. Inovação

A inovação é o último estágio do processo. Neste ponto, observamos os resultados obtidos e compartilhamos os acertos e erros ao longo do processo para auxiliar no aprendizado contínuo e celebrar o fim do ciclo.

Neste estágio, de fato separamos o que foram atividades criativas e de aprendizado, para o que acabou tornando-se uma inovação, isto é, que gerou valor para as pessoas. Não somente verificamos os resultados, mas ajustamos os parâmetros conforme o desempenho e reações do ambiente da inovação.

Conclusão

Com isso, finalizamos o post sobre os seis estágios para realizar a gestão de inovação assertiva em empresas de todos os portes. Esperamos que este conteúdo seja útil para ajudar a sua organização a iniciar uma boa jornada de inovação. 

Disponibilizamos ainda um whitepaper gratuito, onde este conteúdo é aprofundado. A nossa metodologia exclusiva permite que uma organização detecte oportunidades no mercado, após a análise de ambiente. E que estas oportunidades sejam transformadas em ideias. Que as ideias virem ações e projetos mensuráveis, com cronogramas, prazos, atribuições e métricas de impacto. E que estes projetos de inovação, no fim do processo, gerem valor para as pessoas.

A SENNO oferece ainda uma série de soluções para auxiliar você nesta jornada de inovação, como serviços de treinamento, consultoria e tecnologias de inteligência artificial e data science aplicadas à gestão da inovação. Faça o cadastro gratuito no nosso aplicativo de gestão da inovação neste link.