Resumo:

  • O Chief Futurist da Deloitte, Mike Bechtel, prevê um futuro com menos telas e uma nova forma de interação digital através da ambient experience.
  • A inteligência artificial será responsável por fornecer soluções de forma mais eficiente, permitindo que o usuário foque em seus objetivos e deixe a interface gráfica tradicional para trás.
  • Os assistentes virtuais já estão otimizando o trabalho em diversas plataformas digitais e adaptar-se a essa nova forma de interação é fundamental para acompanhar as mudanças do mercado. 

Introdução

Já parou para pensar quantas telas fazem parte do nosso cotidiano? Smartphones, tablets, notebooks, televisões, geladeiras, relógios inteligentes… a lista parece não ter fim. Mas será que chegamos ao pico de telas em todo lugar? É sobre isso que Mike Bechtel, Chief Futurist da Deloitte, discute em seu artigo sobre ambient experience. Neste post, vamos explorar esse conceito e como a inteligência artificial está transformando a maneira como interagimos com as ferramentas digitais.

O que é ambient experience?

O termo “ambient experience” se refere a um futuro em que teremos menos telas em nosso ambiente. A ideia é que a inteligência artificial possa fornecer soluções de forma mais eficiente e personalizada, sem que precisemos interagir com uma interface gráfica tradicional.

Apesar de muitas pessoas serem céticas em relação ao uso de inteligência artificial em suas vidas, é simples ver que ela pode entregar um valor real.

Imagine, por exemplo, uma mãe trabalhadora que está se preparando para uma reunião importante no trabalho e, ao mesmo tempo, tentando cuidar de seus filhos em casa. Ela tem um assistente virtual da Amazon Alexa que gerencia suas tarefas diárias e a ajuda a manter o equilíbrio entre sua vida pessoal e profissional.

Um dia, ela se sente sobrecarregada e ansiosa com tudo o que precisa fazer. Sua assistente virtual Alexa percebe sua ansiedade e sugere uma pausa para que ela possa relaxar por alguns minutos e recuperar a calma. Alexa ajusta a iluminação e a temperatura do ambiente para criar um clima mais relaxante e, em seguida, começa a tocar música suave da Amazon Music para ajudá-la a se acalmar.

A mãe se sente profundamente grata por ter uma assistente virtual tão atenta às suas necessidades. 

A evolução das interfaces digitais

Por anos, as ferramentas digitais foram projetadas com uma interface gráfica que nos permitia interagir com elas de forma visual. Essa abordagem foi fundamental para tornar as ferramentas mais acessíveis e produtivas.

Na década de 1990, as interfaces gráficas das ferramentas digitais ainda eram muito limitadas e pouco intuitivas. Os softwares geralmente tinham uma aparência simplista, com caixas de diálogo e menus em texto, que eram pouco amigáveis ​​para o usuário comum

As ferramentas digitais começaram a adotar uma abordagem minimalista, com designs mais limpos e simplificados, tornando a interface menos poluída e mais fácil de usar. Um exemplo disso é o sistema operacional iOS, lançado em 2007, que se tornou um grande exemplo de interface minimalista, com ícones atraentes e a capacidade de deslizar e tocar na tela para acessar diferentes funções.

No entanto, com a inteligência artificial, a interface gráfica das ferramentas digitais deixa de ser o canal de comunicação principal. Agora podemos comunicar de várias maneiras nossos objetivos para a IA, que fornece soluções de forma mais eficiente.

Deixamos de ter um “martelo” para ter um “marceneiro”, um assistente pessoal que é capaz de planejar e executar tarefas sozinho. Com isso o trabalho tende a se tornar mais fácil e eficiente. Isso permite que os usuários se concentrem em tarefas mais importantes e criativas, em vez de perder tempo com tarefas repetitivas e mundanas.

Adaptação à era da IA

A adaptação à era da IA vai exigir uma mudança de mentalidade:

1º: Precisamos estar dispostos a confiar na inteligência artificial e em seus assistentes virtuais para fornecer soluções personalizadas e eficientes. Isso significa que precisamos estar dispostos a abrir mão de algumas das nossas telas e confiar em soluções que não exigem nossa interação visual constante.

2º Quem já viu uma criança ou adolescente interagindo com assistentes de voz e mandando WhatsApp percebe a naturalidade com que elas preferem o diálogo ao texto, para outras gerações, talvez haja mais resistência.

Sabemos que ainda há uma curva de melhoria até os assistentes de vozes chegarem a um nível próximo dos seres humanos. Uma pesquisa do PYMNTS, que é uma publicação focada em economia digital, aponta que os consumidores esperam que esses assistentes estejam em cinco anos neste nível.

Conclusão

A ambient experience e a inteligência artificial estão mudando a maneira como interagimos com as ferramentas digitais. À medida que os assistentes virtuais se tornam mais sofisticados, podemos esperar menos telas em nosso ambiente e mais soluções personalizadas. A adaptação a essa nova era requer uma mudança de mentalidade, mas a recompensa pode ser uma maior eficiência e produtividade no trabalho.

E você, já está se adaptando a ter um assistente virtual?